Quando a princesa abriu a porta viu que o visitante trazia uma capa e um capuz violeta que lhe cobria o rosto. Quando o visitante tirou o capuz, já nos aposentos privados da princesa, a princesa Ju constatou que se tratava da fada Violeta.
A fada Violeta tinha um olhar triste, algo distante, e os seus gestos crispados denotavam preocupação e um certo nervosismo. Ju, que nunca a vira assim, ficou apreensiva. Não era hábito uma fada deslocar-se sozinha ao palácio de madrepérola.
- Que se passa fada Violeta? - perguntou Ju.
- Desculpe incomodá-la princesa Ju, mas não teria vindo se não fosse realmente grave.
- Não me incomoda nada. Diga-me o que tanto a perturba.
- Como sabe, as fadas costumam reunir-se ainda no Inverno para antever o que possa vir a acontecer em Fantasia.
- Sim. Conheço o vosso ritual de previsões antes do início da Primavera.
- E que vos traz cá então? Há alguma novidade?
- Há e não é nada agradável - parou e respirou fundo. - Algo muito grave está para acontecer em Fantasia.
- Conseguiram ver quem ou o que é que corre perigo? - perguntou a princesa Ju.
- Mais ou menos. Não ficou muito claro. Só sei dizer-vos que começará com o desaparecimento de um dos vossos unicórnios.
- Olho Azul?
- Não sei dizer-vos. Também não consigo dizer-vos mais quanto ao resto.
- Teremos de nos organizar muito bem. Acho que o unicórnio Olho Azul pode vir a desaparecer. Além disso, sempre que a Criança pressente perigo vem logo em nosso socorro.
A fada Violeta ao ouvir o nome da Criança sorriu ao de leve. Passado algum tempo, foi-se embora. A princesa Ju ficou muito séria e pensativa. Como deveria agir? Deveria chamar já a Criança e pô-la ao corrente desta conversa?
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