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Estava muito, muito escuro. Extremamente. O lugar era soturno, lúgubre e cheirava a água insalubre. Fazia um frio húmido azul esverdeado. A água escorria pelas rochas cheias de limos e fissuras cortantes. Ouvia-se o arfar rouco de uma qualquer criatura hedionda. Parecia estar ali. Sim, estava ali bem perto. A perspectiva da sua presença mortificava-a e assustava-a.
O medo parecia tomar forma nos sons, odores e formas que não se vendo, se podiam pressentir. Sentia medo de sufocar como uma indigente, numa local sem saída, sem luz. Depois havia aquela maldita humidade que lhe tolhia os movimentos e a obrigava a enrolar-se sobre si mesma. Que medo era aquele que a paralisava? Onde estava a sua coragem? Quando perdera os sentidos!? E por que os perdera?
Só um feitiço maldoso e poderoso poderia fazê-la prisioneira. Nunca fora de ter medo e receios infundados. Aprendera desde pequena, depois da morte dos pais, a sobreviver ao medo, ao escuro, ao desconhecido. Nunca nada a assustava. Excepto agora. Não sabia se estava acima da superfície ou sob ela, numa gruta qualquer ou numas masmorras.
Questionava-se também sobre a forma como fora ali parar. Aliás, perdera grande parte das memórias dos últimos tempos. Nem sabia quem era, como era. Tocou-se. Tocou o rosto, o cabelo, a roupa molhada e colada ao corpo, as mãos onde sentiu um anel. Era uma simples rapariga feita prisioneira ou que se perdera num dos seus possíveis passeios... Apeteceu-lhe gritar, chorar alto, porém ao ouvir o arfar rouco da criatura permaneceu bem calada.
Prestou maior atenção aos ruídos. O gotejar da água tornou-se mais audível, o cheiro de água podre era mais intenso, a respiração da criatura parecia cada vez mais perto. Precisava sair dali. Não havia nem uma luzinha. Nada de nada. Encostou-se às paredes da gruta. E esperou...
Natália, please, estou muito curiosa, conta-nos mais um bocadinho.
ResponderEliminarOnde está? Com quem está?
Fico à espera.
Bjocas
Patty
Já tinha sentido a falta destas fantasias.
ResponderEliminarBjs Catarina
Ai a escuridão pode ser terrível! Esperemos que seja por pouco tempo... bjs
ResponderEliminarAgora tenho a leitura em dia...sinto-me uma criança a sorrir por dentro!
ResponderEliminarÉs fantástica Nathalie!!! Parabéns!
Entretanto fico aqui à espera que a escuridão se dissipe...
Beijinhos*
Fanny
Alguém que traga estrelas!!! A escuridão está muito intensa!!! Quem sabe a Princesa do Mar ajude a encontrar a Princesa Ju...?
ResponderEliminarGostei muito desta fantasia, histórias que nos transportam para outro mundo e nos fazem sorrir, como crianças!
Um abraço embrulhado em brisas sorridentes
Olá Patty,
ResponderEliminarEsta parte da história vai ficar um pouco em "stand-bye". Mistério é mistério!
Beijos
Bem-vinda Catarina. Fantasia também te pertence.
ResponderEliminarBeijinhos
POetic Girl,
ResponderEliminarnão prometo nada. A história é que já dita o seu rumo e não eu!
Beijocas
Ó Fanny, és uma querida. Que palavras lindas, tão lindas como tu que escreves tão bem e com toda a tua sensibilidade.
ResponderEliminarBeijinhos
Olá Princesa do Mar,
ResponderEliminaracho que também vai entrar no reino da Fantasia. Faltava-me realmente uma Princesa do Mar linda e destemida.
Beijinhos