sexta-feira, 5 de março de 2010

Festa de Inverno


No primeiro dia de Inverno, todas as escolas de Fantasia fecharam. Tinha caído um grande nevão e não era seguro sair de casa. Ainda assim, alguns jovens festejaram o facto fazendo bonecos de neve e atirando bolas de neve uns aos outros ou deslizando nas ruas dos seus bairros. Outros não gostavam nada dos nevões, pois ficar fechado em casa não era nada agradável. Havia pais mais rigorosos, claro.

Na floresta também os duendes, os gnomos, as feiticeiras, as bruxas, as fadas, os unicórnios se deliciavam com essa nova paisagem. Faziam mil e uma diabruras uns aos outros, presentes, surpresas, que há muito tinham planeado em segredo! É que o início do Inverno era celebrado com uma festa. Do mundo dos humanos, só a Criança sabia e participava nessa festa.

Começavam por acender fogueiras e tochas, colocavam na Clareira dos Encontros uma longa mesa de madeira e bancos corridos. Nessa mesa colocavam bebidas e alimentos naturais. Colocavam também saquinhos de sarapilheira e era nesses saquinhos que estavam os presentes, as surpresas e uma ou outra diabrura.

O Inverno significava para todos uma purificação da natureza e de todos os seres. Algo desaparecia para regressar na Primavera em todo o seu esplendor. Daí que tudo fosse muito natural e relacionado com a Natureza.

Tudo ficou pronto às dezassete horas. Ainda havia um frágil raio de luz, mas com tantas fogueiras e tochas acesas havia luz e calor suficientes. Primeiro, beberam chocolate muito quentinho com "marshemellows"; comeram bolos de avelã e amêndoas; maçãs caramelizadas; favos de mel. Depois trocaram os saquinhos de sarapilheira. Em alguns havia runas que prediziam o futuro. Noutros havia tarefas que tinham de ser realizadas, como ir buscar uma bola de neve e oferecê-la a alguém ou dizer uma quadra alusiva ao Inverno.
Estava-se nesta fase de descontracção e diversão, quando o amuleto da Criança começou a brilhar. Mais uma vez a solicitavam para ajudar algo ou alguém. Minedu que estava logo ali, compreendeu o chamamento silencioso da Criança e foi ter com ela.
Pedindo desculpa a todos os convivas, a Criança disse-lhes que tinha de se ausentar pois estavam a precisar dela em qualquer ponto de Fantasia. Pulou para o dorso de Minedu, o dragão de penas, e partiram.
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6 comentários:

  1. Esta criança é mesmo sortuda, consegue visitar este mundo tão maravilhoso.
    Continuo a ler e curiosa.
    Bom fim de semana.
    Bjocas
    Patty

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  2. Obrigada, Patty.
    És a minha fiel leitora.
    Beijinhos

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  3. Adoro neve, e tenho aqui em casa mais dois diabretes e um diabo que se fartaram de brincar lá na serra e eu a ver porque a cervical não deixou. A história está empolgante. Beijinhos e bom fim de semana, amanhã vou lá no outro blogue...

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  4. Olá Natália... neste momento só consigo fazer-me uma pergunta: "Como é que eu não a descobri antes?"
    aliás, duas perguntas: "como não dei conta deste canto de contos maravilhosos??"

    São fantásticas as aventuras desta Criança... e até agora só vi um 'niquinho' de nada!...
    vai-me desculpar a invasão... mas prometo que vou voltar!!!

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  5. Lala,
    espero que volte. Será um prazer recebê-la em Fantasia.
    Eu também vou seguir a sua "Sopa de Letras".

    Beijinhos

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  6. Olá Olga,

    pois é minha querida. Também adoro a neve, porém nem sempre podemos desfrutar da sua beleza. Mas os seus dois "diabretes" devem ter amado.

    Obrigada pelas suas visitas e pelos seus comentários.

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