sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Liana e Hector


Liana e Hector colocaram a Criança e Minedu à vontade. Disseram-lhes que podiam procurar por todo o lado ainda que as águas furtadas fossem uma divisão grande. Era realmente espaçosa e estava muito bem decorada. Havia estantes com livros com lombadas gravadas a ouro, uma secretária e uma cadeira (local de trabalho, com certeza), e num dos recantos sofás de veludo verde garrafa e uma mesa ao centro onde repousavam alguns objectos.
Nas paredes havia quadros com o retrato de alguns elfos, espadas com o punho trabalhado com motivos da natureza e medalhões das diferentes famílias de Elfos.
Candelabros de pé alto e com vários braços que sustinham velas verdes e carmim. Nas janelas havia reposteiros igualmente verdes e cortinas cor de mel em cambraia. Era uma divisão acolhedora. Muito!
O amuleto continuava a brilhar. Brilhava em todas as direções. Liana aconselhou a Criança a disciplinar as buscas. A começar por um ponto e só depois seguir para outro. Na estante dos livros o brilho do amuleto esmoreceu. Junto da secretária e depois de abrir e fechar as gavetas nada de novo aconteceu. O amuleto mantinha-se apenas iluminado. A seguir, a Criança passou para o local onde estavam as asmas, os medalhões e os quadros e nada. Faltava-lhe ir ao recanto mais encantador das águas furtadas.
Hector pediu a todos que se sentassem e esperassem um pouco. Achava que ali estava a resposta para aquela estadia ali. Sentaram-se. A Criança estava desanimada, assim como Minedu. Liana deu um beijo no rosto da Criança e abraçou-se durante algum tempo. A Criança achou aquele abraço muito reconfortante.
Entretanto, incapazes de explicarem, o amuleto começou a brihar e a piscar com intensidade. O que quer que fosse, estava com certeza em cima da mesa de centro. Depois de abrir os livros, de tirar as flores da jarra, abriram uma pequena caixa de marfim. O amuleto não parava de piscar. Retiraram a rocha com desenhos e o amuleto parou de brilhar. Tinham encontrado o que procuravam.
Como a Criança não conhecia aquela rocha pintada, Liana e Hector explicaram que se tratava de uma runa. As runas ajudavam na previsão do futuro e a encontrar soluções para as grandes questões da vida das pessoas.
- Posso levar a runa? - perguntou a Criança.
- Claro! - disseram os elfos a uma voz.
- Mas como nos vai ajudar? - quis saber Minedu.
- Têm de ir ao País dos Druídas. Aí as runas serão lançadas e interpretadas por uma das sacerdotisas. - explicou Liana.
- Será que é desta que vamos encontrar a princesa Ju?
- Claro que sim, Criança. Segue o teu amuleto, segue o teu coração, leva a runa e acredita na tua força. Tens tido muita coragem!
- Obrigada. Sois muito gentis.
Despediram-se e partiram agradecendo a ajuda e amabilidade de Liana e Hector.

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