
Ju ouviu o arfar da criatura, que ela imaginava hedionda e capaz de a devorar, e encolheu-se ainda mais. Sentia-se aterrada, sobretudo porque odiava o ar insalubre e a falta de luz. Vencida pelo cansaço, adormeceu.
- Princesa Ju? Princesa Ju? - Mas nem uma única resposta.
- Acordai, princesa! Por favor, acordai!
A princesa parecia ter desfalecido porquanto estivesse ainda viva. Mas não se mexia e a sua respiração era fraca. A criatura aproximou-se da princesa a muito custo, pois estava ferida e sangrava. Voltou a chamar bem junto ao ouvido da princesa:
- Acorde minha Princesa. Peço-lhe desculpa por ter posto a sua vida em risco. Estamos nas masmorras de um convento e nas mãos de um homem terrível.
A criatura deitou-se e aconchegou o seu corpo ao da princesa. Estava enregelada. Precisava de calor para recuperar a consciência.
Horas passaram e nada aconteceu. Dias passaram e a princesa Ju começou a delirar de tão febril que estava. E foi numa das visitas do carcereiro que este retirou a princesa e a criatura para uma sala com luz e colchões de palha. Depois apareceu uma velha curandeira que tratou com mezinhas antiquíssimas da princesa e da criatura. Ambos melhoraram depois de meses e meses. A princesa ficou feliz ao reconhecer na criatura que tanto a tinha assustado o seu amigo unicórno.
O tempo passou e em Fantasia o medo de ter perdido não só a princesa Ju como o unicórnio Olho Azul parecia cada vez mais uma certeza. Alguns habitantes lamentavam a sorte de ambos, outros choravam, outros nada faziam no dia a dia.
Será que estava tudo perdido? Estariam mortos e esquecidos algures?
Não. Nós sabemos que não, verdade? Alguém num lugar bem distante ouviu o pedido de socorro da princesa e está agora a preparar-se para uma longa jornada! Quem será?
Não descnfio quem seja, mas tenho a certeza que a princesa aprende a lição de que a última coisa que devemos fazer é perder a esperança.
ResponderEliminarTenho a certeza absoluta, Carlos!
ResponderEliminarMuito está ainda para acontecer!!!
Bj